Nos espaços de cowork, apesar das startups continuarem a ser um dos principais clientes, não se sentem consequências do arrefecimento no ecossistemas das startups. E recuperação já é visível.
Depois de picos de rondas de investimento, disparos nas contratações e um clima salarial hot, o ecossistema tech tem dado sinais de arrefecimento, nomeadamente com notícias de redução de pessoal. Também os fundos de investimento já avisaram: há que esticar as rondas de investimento e abrandar contratações no ecossistema das startups. Nos espaços de cowork ouvidos pelas pessoas, apesar das startups continuarem a ser um dos principais clientes, não se sentem quaisquer consequências do arrefecimento no ecossistema das startups.
Nos espaços de cowork ouvidos pelas pessoas, apesar das startups continuarem a ser um dos principais clientes, não se sentem quaisquer consequências do arrefecimento no ecossistema das startups.
O tema ainda não é motivo de preocupação. “Antes pelo contrário”, assegura Miguel Chito Rodrigues, sócio fundador do LACS. Trabalhadores remotos e empresas que decidiram largar os escritórios têm dado um novo alento aos espaços de trabalho flexíveis, depois de um abrandamento forçado pela pandemia da Covid-19.
“Temos sentido uma crescente procura por parte de nómadas digitais fundadores de startups ou que fazem parte das equipas e estão em regimes remotos. Ao mesmo tempo, sentimos um aumento da procura por parte de empresas que largaram os seus escritórios durante a pandemia e que, agora, sentem a necessidade de voltar a juntar as equipas, num espaço físico, ainda sem regressar ao modelo anterior”, esclarece.
Também o Heden tem sentido que, sobretudo empresas maiores e mais estabelecidas estão agora mais abertas ao coworking e a escritórios de serviços partilhados como parte da oferta a colaboradores. Por outro lado, também a procura por parte de clientes internacionais aumentou.
E, apesar de admitir que “possa haver uma queda na procura deste tipo de espaços por parte das startups mais pequenas”, o CEO do Heden, considera que “a procura global está numa tendência ascendente”. “O ecossistema de Lisboa continua a ter um desempenho acima da média global”, afirma László Varga.
Com taxas de ocupação que ficam perto dos 100% — 95% no LACS, “praticamente completas” no Heden e “acima das taxas de ocupação pré-pandemia” no Avila Spaces” –, o tema do arrefecimento do ecossistema das startups não tem sido preocupante para os clusters criativos.
“Temos mais clientes, os nossos espaços têm taxas de ocupação praticamente completas e os nossos planos de expansão mantém-se em crescimento contínuo”, garante László Varga. “Embora as pessoas utilizem menos frequentemente os escritórios, as taxas de ocupação global atingiram níveis pré-pandémicos.”
No Avila Spaces, que já ultrapassou mesmo as taxas de ocupação registadas antes da pandemia, as perspetivas de crescimento são “boas”, assinala Carlos Gonçalves. “Espaços de cowork corporativos, como o Avila Spaces, não sentem este arrefecimento no ecossistema das startups, na medida em que atraem cada vez mais empresas já consolidadas no mercado e multinacionais que procuram desenvolver a sua atividade”, explica o CEO.
Joana Nabais Ferreira
13 Outubro 2022
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